A Infraero, uma das três maiores operadoras aeroportuárias do mundo, administra 54 aeroportos espalhados pelo Brasil, com mais de 100 milhões de passageiros transportados ao ano, representando cerca de 60% do movimento aéreo no país.
O projeto trata da modelagem da realidade do Aeroporto Governador José Richa (SBLO), situado na cidade Londrina/PR, que foi inaugurado em 1949 e possui um sitio aeroportuário de 727.000 m2 e um terminal de 5.820 m2, com capacidade para transportar até 2,6 milhões de passageiros por ano. Em 2017, foram realizadas 22.250 operações de pousos e decolagens, transportando quase um milhão de passageiros e fazendo do SBLO o 3º maior Aeroporto do Estado do Paraná e o 4º da região Sul do país.
O Projeto Aeroporto Digital de Londrina é um projeto piloto sendo desenvolvido na metodologia BIM, o primeiro do Brasil, que servirá de modelo para todos os outros 54 aeroportos sob responsabilidade da Infraero, bem como torná-lo referência para os demais aeroportos concedidos no país.
O “Aeroporto Digital” tem por objetivo promover integração e colaboração entre as diversas áreas da empresa e servirá de repositório central de mapas, infraestruturas, edificações, sistemas prediais, dados de gerenciamento de instalações e outros dados relevantes referentes ao Aeroporto de Londrina, oferecendo acesso rápido a informações atualizadas e dinâmicas, contribuindo para gestão eficiente de todo o ciclo de vida dos ativos aeroportuários.
Para realizar o primeiro projeto de Aeroporto Digital do Brasil dentro da metodologia BIM e aumentar a capacidade instalada do aeroporto de Londrina, a equipe de Implantação BIM da Infraero optou por utilizar as soluções AECOsim Building Designer, Microstation, OpenRoads Designer, MAP, ProjectWise e Synchro da Bentley Systems.
Com essa modelagem das edificações, da infraestrutura e do GIS será possível realizar novos estudos de desenvolvimento de ampliação aeroportuária, estudos de demanda, capacidade e fluxos de passageiros, visando aprimorar níveis de serviço e níveis de conforto para o passageiro, além de realizar estudos de interferência e impacto com o sistema de mobilidade urbana da cidade. As informações aeroportuárias serão integradas às bases de dados da Prefeitura de Londrina, consistindo em um modelo de governança para a gestão da informação.
O Aeroporto Digital e a Metodologia BIM/SIG, associados ao planejamento, processos de projeto e gestão, construção, manutenção e operação em modelos 3D paramétrico com todas as informações subterrâneas e acima do solo, servirão como banco de dados paramétrico para apoio ao planejamento e melhor gerenciamento de projetos.
Os resultados imediatos esperados com o Aeroporto Digital são:
- Análises de Aproximação e Decolagem
Detecção de interferência vegetal, Análise de Área – Cidades, Análise de Área – Novas Construções, Visualização Controlada do Corredor do Espaço Aéreo, Análise solar, Sombras de radar.
- Gestão de Dados Aeroportuários
Review das informações, Dados de inspecção do pavimento, Inspeção / Gerenciamento de Condição, Marcas, Exibição Temática, NAVAID, Dados de catálogo, Dados BIM.
Arquitetura, Estrutura, Mecânica e Elétrica, Interoperabilidade, Detecção de Interferência, Quantitativos, Renderização e Animação, Integração com Nuvem de Pontos, Caminhada Virtual, Localização, Consultas de segurança, Atualizações Automáticas, Mobilidade da Informação, Tipos de Espaços, Dados de Espaços, Contratos de Limpeza e Locatários.
Sistemas de alimentação e iluminação, Chiller / Sistemas mecânicos, Escadas rolantes, Caminhadas, Elevadores.
Fonte única de informação, Acesso Seguro a Dados, Integração de aplicativos, Codificação de Documentos, Atributos do documento, Gerenciamento de fluxo de trabalho, Gerenciamento de Dados Geoespaciais, Acessível via Web e Dispositivos móveis.
Para este projeto, será desenvolvido:
- Modelagem 3D de 01 pista de pousos e decolagens, 2 pátios de aeronaves e sistema de taxiways e vias de acesso;
- Modelagem de 920.354,00 m² do sítio aeroportuário;
- Diminuição dos custos de manutenção (manutenção corretiva versus preventiva);
- Aprimoramento da operação aeroportuária;
- Estima-se economia de até R$ 540.000/ano com gestão de informações;
- Aumento da rentabilidade comercial, diminuição de paradas de equipamentos, agilidade em processos fundiários terão sesu cálculos efetuados após a conclusão do projeto.
O Aeroporto de Londrina terá seu “gêmeo digital” e será o primeiro do Brasil, não apenas na modelagem da infraestrutura das edificações e sistemas de pistas, mas nos processos de trabalho atrelados a ele. Será um grande repositório de informações para melhorar a performance de trabalho e a obtenção de dados mais eficiente. Haverá ganhos para todos os setores da empresa, como a área comercial, patrimônio, operações, engenharia e manutenção, e aumentará a compreensão do projeto entre todas as partes envolvidas.
Além disso, promoverá um ambiente de transformação digital e, futuramente, será a base para tornar cada aeroporto administrado pela Infraero em um “Aeroporto Inteligente” integrado à “Cidades Inteligentes”.
Este artigo é reproduzido com autorização do autor Andres Fatoreto.
Muito obrigada Andres!